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O USO NOCIVO DAS REDES SOCIAIS NA “SOCIEDADE VIRTUAL”

  • Foto do escritor: Luís Paulo Pierott
    Luís Paulo Pierott
  • 11 de mai. de 2019
  • 4 min de leitura

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Vivemos no período da revolução tecnológica, jamais vivenciado. A era digital com ênfase nas redes sociais. Tudo que é legal, é postado, e também aquilo que não é.

A humanidade tornou-se refém dos smartphones com sistemas operacionais avançados entulhados de aplicativos diversos, em sua maioria ociosos, porém com a finalidade maior de interagir com o outro através das chamadas redes sociais; Facebook, Instagram, Whatsapp, etc..

Entretanto, nos esquecemos de interagir com aquele que convive diariamente com a gente, com o familiar, com o colega de trabalho, com o vizinho. Somos escravos dos compartilhamentos e curtidas. Temos necessidade em mostrar aquilo que não somos ou não temos; vivemos em tempos de concorrência pelo maior número de curtidas ou compartilhamentos.

Somos a geração do “gostei” ou “não gostei”, a geração do “meme”, do irreal, superficial; do vazio. Os usuários das redes sociais têm extrema facilidade em curtir e compartilhar aquilo que é cômico ou trágico, seja uma “vídeo-cassetada” ou até mesmo uma notícia de um acidente trágico. No final das contas, sempre tem alguém sendo objetificado e sofrendo por isto, ainda que indiretamente.

Tudo se torna “corrente” de mensagens. Muitas das vezes não passam das famigeradas “Fake News”, mas se tá na internet, é verdade! Assim julga a grande maioria dos usuários das redes sociais, quando curtem, compartilham e proliferam uma mentira repetida mil vezes que acaba por se tornar verdade, parafraseando o Ministro de Propaganda do Terceiro Reich, Joseph Goebbels.

Porém quando se tratam de publicações sérias, como petições públicas, informações acadêmicas, serviços relevantes à população, todos os usuários criam profunda resistência em deixar o “like” e compartilhar.

A sociedade virtual é hipócrita. Prega o bem-estar, tira foto ostentando até o que não tem, mas vive muitas vezes na miséria; posta foto sorrindo com legenda motivacional mesmo quando a tristeza corrói por dentro; declara juras de amor ao companheiro e/ou à família, mas vive maltratando o(s) mesmo(s) dentro de casa.

Consequentemente, todo tipo de manifestação virtual de bem-estar “profissional, financeiro, amoroso, etc.”, gera ainda que inconscientemente abalo na autoestima daquele que acompanha a rede social do “cidadão perfeito”. O indivíduo que não é adepto à prática do compartilhamento de cada fração do seu dia e que não está acostumado a receber muitos “likes” nas suas fotos, acaba por se tornar uma pessoa com baixa autoestima, uma vez que não preenche os “requisitos” impostos pela "sociedade virtual".

A baixa autoestima gera diversos distúrbios, entre os mais comuns e notórios podemos citar a ansiedade, gerada pelo pensamento acelerado; a angústia que pode ou não evoluir para uma depressão em virtude da baixa autoestima e sensação de inferioridade em relação às vidas perfeitas ao seu redor.

Hoje em dia as bancas de revistas e as bibliotecas vendem menos. A razão disso é simples: As pessoas dedicam a maior parte do seu tempo livre às redes sociais. Experimente um dia, acionar um cronômetro toda vez que você for abrir o seu Facebook, Instagram ou Whatsapp, e verifique quanto tempo do dia você dedicou em informações vazias.

A prática de abrir as redes sociais se tornou tão banal que fazemos isso quase que de forma involuntária nas filas dos bancos, consultórios médicos, supermercados, etc., como robôs programados para usar a nossa ferramenta que acabou se tornar essencial nos dias atuais. Se você não tem um telefone celular, ou você é muito pobre financeiramente ou você é um completo alienado, ainda que tenha uma biblioteca com dez mil livros em casa.

Baseamos nossa opinião no senso comum, reproduzindo e dando ênfase à tudo que a maioria considera interessante, ainda que seja um vídeo de 15 segundos de uma pessoa se esborrachando no chão, que nos provoca gargalhadas como hienas irracionais.

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, mas isso não é notícia. Isso é ignorado porque não gera compartilhamentos e curtidas, a não ser, é claro, se for uma pessoa próxima ou famosa, aí todos farão questão de compartilhar e reverenciar, pois depois de morto todo mundo se torna perfeito, mas o que você pode não enxergar é que às vezes o que contribuiu com a sua intenção de tirar a própria vida pode ter sido a depressão provocada pela baixa autoestima gerada pelas vidas de mentira vividas nas redes sociais.

Nos preocupamos todos os dias de manhã em abrir todas as nossas redes sociais, em checar nosso e-mail e ver cada besteira recebida no Whatsapp, mas esquecemos de perguntar aos que são próximos de nós como eles estão, esquecemos de ligar para um amigo ou familiar e perguntar como ele está, se está tudo bem, se precisa de alguma coisa.

A sociedade virtual transforma o indivíduo humano no centro do universo, principalmente se você for um(a) “blogueirinho(a)” que tem milhares de curtidas. O egocentrismo nasce e finca suas raízes, e a partir daí você não consegue se preocupar com mais ninguém, além das suas notificações dos aplicativos, é claro.

Fatidicamente, adoecemos coletivamente na frustrada tentativa de mostrar o que não somos e viver o que não temos.

 
 
 

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